2006/08/12

A Recruta ( Camas à branco e azul)

Antes de mais, tenho de agradecer a alguns camaradas, que de uma ou outra forma, me ajudarem a reavivar a memória sobre alguns aspectos da nossa recruta, particularmente o meu camarada e amigo Manuel Prazeres, ao me lembrar aspectos que estavam um pouco desvanecidos.

Posto isto, é altura de referir que para além das questões de preparação militar, onde a instrução de ordem unida tinha grande importância - direi mesmo: elevada importância -, o rigor e disciplina constatavam-se a diversos níveis, e nas coisas teoricamente menos significantes, tais como, as formas de fazer as camas, quer “à branco” quer “à azul”.

Chamava-se “cama à branco”, ou “à azul” à forma como era efectuada a dobragem dos cobertores e lençóis. Nos períodos de calor, era a “cama à branco”. No Outono e Inverno, era a “cama à azul”. Mas isto não era quando nos desse na telha. Tinha de sair em Ordem de Serviço!

Para além do “espectáculo” que era, um magote de putos habituados a que as mãezinhas fizessem tudo, terem de arranjar em breves minutos as suas camas. Ainda por cima, tinham os lençóis de estar de tal forma esticados, que largada uma moeda, ela devia saltar.

Claro está que no caso de haver alguém menos eficiente, "lerpávamos" logo com uma completa de 10, colectiva.

Tudo isto: fazer as camas; a limpeza dos quartos (camaratas), que incluía esfregar o chão e encerar, limpar os armários (ai se houvesse pó ao passar com o dedo…), entre outros, era um elemento importante da disciplina e até de formação de espírito de grupo, pois cada um sabia que “estava feito ao bife”, se alguém não fizesse o trabalho em condições.

Claro está que, como a necessidade aguça o engenho, também criávamos formas de contornar as situações de higiene duvidosa, limpando só os armários até onde o braço do sargento chegava, ou dando nós nos cantos dos lençois, de forma a ficarem sempre esticados.

O problema era quando os "sorjas" estavam mal dispostos, e como conheciam os truques todos... tarúz... tá a pagar, que é para não te armares em chico-esperto!

2 Comments:

At 12:28 da tarde, Blogger José Marques said...

E quando regressávamos de fim de semana por volta das 5 da manha, e dormíamos aquele restinho de tempo, até ao toque de alvorada no chão e já ataviados para a instrução que nos esperava e tudo isto, para não estragarmos a cama impecavelmente feita.

 
At 12:27 da manhã, Anonymous Anónimo said...

Camas a branco, pois é.......

Quando em Novembro chegamos ao BCP 31 eu escxolhi a ir para a 2ª CCP e uma cama de baixo, maldita hora!
Os jogadores fanáticos da lerpa, sete e meio e rami utilizavam as mesmas como de bancas de Casino se tratasse, praças, sargentos e alguns oficiais, claro está que nunca se encontravam nas devidas condições, amarrotadas e cagadas.
E eu que até por vezes tinha lapsos de memória paea algumas obrigações, estava sempre lixado com a dita cama.
Melhor dizendo: O Cap. Coelho (Dito Cap Enfias) o 1° Sarg° Rodrigues (Vulgo frasquinho de veneno) e outro que o nome não me vem á memória (O macaco cão), me moviam uma persiguissão feroz, devido a minha já mencionada falta de memória para algumas elementares obrigações(doença que me acompanhou por muito tempo)Portanto resolvi aboletar em uma cama superior(de cima) embora fosse muito mais incomoda, fazer e subir custava um pouco por vezes.
Inclusive o nosso amigo Silva de 70, bebadoi inveterado com o curso tirado no Café Monumental e dotouramento no bar do 1° balcão do cimema com o mesmo nome ( Ali ao Saldanha), poucos dias após de mudar para a cama de cima, durante uma noite ao se levantar para se dirigir aos balneários para a sua mijinha matinal(alcool destilado?), caiu desamparadamente, bateu com a mona na pobre G3 que se encontrava na porta do armário, partindo os cornos e obviamente indo direto á emfermaria, onde foi atendido com todo cuidado pelo enf Antunes EP.
Por estas e por outras sempre odiei as camas em branco.

PS: Nem todos graduados eram ruins, o 1° Sarg° Carneiro Alves, poucos dias antes deeu embarcar par o 31 enotando que os meus lençóis tinham desaparecido,Voluntáriamente saiu para a ronda, dando-me opurtunidade de roubar os dele(cheiravam a xolé pra caralho).

Miranda 1° CaboPq n° 1724/71, 2ªCCP do BCP 31

 

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